terça-feira, 30 de abril de 2013

"A Epopeia de Mr. Skullion", de Tom Sharpe

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Ainda que talvez menos imediatamente cómico que "Wilt", título de outro livro de Tom Sharpe que li não há muito tempo, "A Epopeia de Mr. Skullion" conseguiu agradar-me. O humor tipicamente britânico - satírico e até sarcástico, com toques de nonsense -, associado a uma escrita ligeira (muitos diálogos, não muito descritivo), tornam a leitura deste livro acessível a um público vasto.
A história relata as peripécias de Skullion, porteiro de Porterhouse (*), num momento em que esse College de Cambridge passa a ser dirigido por um Master (Sir Godber) com ideias de transformação e de reforma. Skullion, em sintonia com as figuras diretivas da instituição, mostra pouca (ou nenhuma) abertura à mudança: o status quo, mesmo que manifestamente anacrónico e retrógrado, é para manter; consequentemente, qualquer gesto no sentido do progresso é entendido como uma agressão às tradições... Porterhouse é, assim, quase um mundo fora do mundo, por estar preso a um conservadorismo extremo mas também a um snobismo e elitismo vazio (o saber académico é menosprezado face ao estatuto conferido pela mera frequência, ainda que sem mérito, em Cambridge); talvez por isso não seja de espantar que - e o paralelismo com episódios recentes da vida nacional é inevitável - as licenciaturas nesta instituição de comprem...
Conseguirá Porterhouse sobreviver às tentativas de mudança? E qual o papel do Porteiro-Chefe Skullion neste contexto conturbado? Ficam as perguntas em aberto como convite à leitura.

 (*) Evidentemente que Porterhouse é um nome ficcional, ainda que um dos colleges mais antigos de Cambridge se chame Peterhouse; o autor, acrescente-se, foi aluno de uma destas instituições de Cambridge.

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