sexta-feira, 13 de maio de 2016

"Herzog", de Saul Bellow

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Havendo lido há pouco menos de um ano As Aventuras de Augie March, de Saul Bellow, havia-me proposto ler Herzog. Em boa hora o fiz, porque deparei-me com um livro muito bom, que me agradou tanto quanto os melhores livros de Roth.
Herzog retrata uma vida em desagregação: o personagem central do livro (e narrador), um professor universitário num momento de estagnação profissional e no rescaldo do seu segundo casamento falhado, encontra-se a viver uma depressão; o seu comportamento torna-se algo excêntrico, inconstante, o que o faz duvidar da sua saúde mental. Involuntariamente, faz "rabiscos" - começa, pois, num esforço de autoanálise, a escrever cartas de tom confessional dirigidas a todos e a ninguém.
Nesta obra gostei sobretudo da forma, isto é, da maneira como Bellow consegue transportar-nos ao interior da cabeça de Moisés Herzog, mostrando a sucessão de ideias, perspetivas, incertezas. Por outro lado, é um livro intelectualmente rico (abundam as referências culturais, filosóficas, literárias, etc.), sendo, portanto, mais subtil que As Aventuras de Augie March.

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